Pinacoteca do Estado de SP

sábado, 4 de dezembro de 2010

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Pinacoteca do Estado de São Paulo - Praça da Luz, 2 São Paulo, SP - Tel. 55 11 3324-1000.







Museu da Língua Portuguesa...

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Museu da Língua Portuguesa
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Praça da Luz, s/nº
Centro - São Paulo - SP
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Por que ler os Clássicos Capitães da Areia e Vidas Secas?

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

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Por que ler os clássicos Capitães da Areia e Vidas Secas?
Qual livro escolher como um clássico e por quê?
Por que ler esses clássicos é um direito?  
Clássico é considerado uma obra artística consagrada que serve de modelo,de exemplo, tanto nas artes como na literatura ( Caldas Aulete, dicionário da Língua Portuguesa, 2007).Um clássico da literatura brasileira que rompe época desde sua publicação, em 1937, a qual foi apreendida e queimada em praça pública, reflexo da ditadura é a obra Capitães da Areia de Jorge Amado, que junto com outros modernistas da 2ª geração (30-45) se voltam para a realidade brasileira, mas com uma intenção clara de denúncia social e engajamento político.
 Quando a literatura se volta para um retrato mais objetivo da realidade, quer para analisá-la, quer para denunciá-la, quase sempre o romance é o gênero que ela privilegia. Na época de 1930-40, período em que o Brasil e o mundo viviam profundas crises, não foi diferente, o romance brasileiro coloca-se a serviço da análise crítica de nossa realidade que percorreu décadas e ainda hoje faz-se presente: o regionalismo nordestino, o mai importante de todos.


Em Capitães da Areia, o escritor aproveita para mostrar as brutais diferenças de classe, a má distribuição de renda e os efeitos da marginalidade nas crianças e adolescentes discriminados por um sistema social perverso. Mostra que, alguns, apesar da dureza têm momentos de lucidez e esperança, como o próprio Pedro Bala e outros que se marginalizaram para sempre, como  Sem-Pernas.
A dura vida do bando ficava ainda pior com as perseguições da polícia, tratando-os como adultos que cometem brutais crimes, essas caçadas quase sempre acabavam nos reformatório que eram –para os meninos- a própria visão do inferno, sofrendo todo tipo de humilhação e privação.
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A obra é um clássico, pois mostra o lado indefeso e infantil, quase esquecido desses garotos, que tem vida sexual precoce, violência, roubo em seu convívio, mas não perdem a inocência e o instinto infantil e sonhador como mostrou o autor na chegada do carrossel na cidade, o encantamento dos meninos.
Jorge Amado traz para a ficção a gente pobre da cidade de Salvador,homens do cais do porto, pescadores, menores abandonados, pais-de-santo,mães-de-santo, prostitutas,capoeiristas e malandros, a união de duas crenças: o catolicismo (na figura do padre José Pedro) e o candomblé (representado pela mãe-de-santo Don’Anninha), e  o contraste com a cidade tão bonita que atrai muitos turistas por suas praias, porém que não esconde seus problemas sociais, como em outras grandes cidades.
Simplicidade na linguagem, tom coloquial e popular assegurou o grande êxito do autor  junto ao público, todo artista naturalmente deseja que sua obra seja o mais amplamente conhecida. Contudo, no Brasil, as camadas mais humildes da população,por falta de tradição de poder aquisitivo, de instrução ou de informação, não têm acesso a certos tipos de manifestação artística, limitando-se à cultura de massa produzida pela mídia.
Diante dessa realidade, o artista quase sempre tem de fazer uma opção: buscar uma arte inovadora, que atenda ao seu próprio gosto e ao gosto da crítica ou uma arte popular, aceita pelo povo, mas considerada pobre pelos especialistas, na literatura brasileira, Jorge Amado é o escritor mais lido dentro e fora do país.
Outra obra, aqui mencionada como um clássico da literatura brasileira é Vidas Secas de Graciliano Ramos, publicado em 1938, o único romance em 3ª pessoa, uma grande obra pelo poder de fixar figuras subumanas vivendo o fatalismo das secas da região do nordeste.
O romance focaliza uma família de retirantes castigada pela seca e pela caatinga, oprimida pelos que detinham o poder de mando e nivelada a bichos e coisas, assimilando em seus traços físicos e comportamentos a aridez e ressequidão da terra.
Fabiano,Sinhá Vitória e Baleia compõem uma família de retirantes nordestinos que foge da seca, encontram muitas dificuldades. Fabiano, homem rude, de pouco assunto, identifica-se mais com os bichos, sinhá Vitória, versão feminina de Fabiano, sonha ter uma cama de ouro, sofre a dura estiagem com seus meninos, o mais novo e o  mais velho, Baleia é a cadela que mais se assemelha a um ser humano,pois é solidária, atenciosa, amiga, o autor confere características humanas, dando ao grupo a verdadeira imagem de humanidade, o que faz-nos lembrar a obra de Miguel Torga, publicada em 1940, “Os Bichos”, onde o autor atribui características humanas a bichos, como Miura, o touro e Mago, o gato, atribuindo a Ramiro,o homem, a fiel característica de um bicho.
A ironia de Graciliano Ramos ao nomear a cadela de Baleia, fiel companheira dessa família, que os acompanha na retirada da seca, por ser um animal marítimo, se apresentar num cenário ressequido e sofrido, nos leva a uma reflexão e a compreensão exata dos romances regionalistas serem de cunho social e crítico.


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Por que ler Capitães da Areia e Vidas Secas é um direito?
Ler Capitães da Areia e Vidas é um direito porque a literatura como a arte da palavra, assegura-nos de entrarmos num mundo de artes, emoções e principalmente situações que nos mobilizam, sejam elas na época em que foram publicadas, seja na sociedade atual: a essência do problema social que aflige a sociedade, a nação. Questões como o descaso das autoridades com os menores abandonados, retratado na obra de Jorge Amado,que reflete aos dias atuais; a miséria, o flagelo da fome do nordeste brasileiro apresentado na obra de Graciliano Ramos.
Fábio César, estudante do Curso de Letras,da UnG./2010

Comentários Daniel Correia

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

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Leituras: Poesia Liberdade e  Libertinagem  de Murilo Mendes e Manuel Bandeira respectivamente.

1) Qual livro você escolheria como um clássico? Por quê?
Eu escolheria ambos que mesmo por suas características em diversos pontos e temas divergirem, a essência surrealista e ao mesmo tempo tão nítida foi revelada por meio da leitura.Sabe aquela sensação de já ter lido ou visto aquilo antes, pois é foi a que senti  quando esmiucei  essas obras: Poesia Liberdade e  Libertinagem  de Murilo Mendes e Manuel Bandeira respectivamente.

2) Por que você considera que ler Literatura e especialmente as obras que estão lendo é constituído um direito?
Eu considero que seja um direito o acesso ao conhecimento pela Literatura e especialmente das obras apresentadas, pois nelas há um alto grau de variantes no que refere-se à qualidade de texto, níveis de interpretação, temas,estilos, contexto social do leitor e do escritor além do choque de valores diversas vezes imputado àquele que envereda pelo caminho do conhecimento literário.